Is bread healthy? How to select wisely with these simple tricks

I love bread. Who doesn’t like watching bread take its shape in the oven while smelling that appetizing hot air? Finally, that long-awaited bread is ready, you take it out of the oven, and sprinkle…

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Velha amiga

Quando entrei no bar senti a atmosfera abruptamente se alterar, ainda que lá fora a claridade do dia se mostrava tímida diante da forte chuva, dentro do bar parecia já passar da meia noite. O bar era escuro, embora aconchegante, era gélido ao mesmo tempo que abafado. Não estava vazio, tampouco estava lotado, as pessoas se espalhavam pelo salão, sentados em sua maioria em duplas ou trios.

Assim que entrei, a primeira coisa que vi foi ela, sentada de frente para a porta, mexia no celular com uma mão, com a outra brincava com a bebida dentro de seu copo, parecia distraída.

Desviei o olhar, procurando qualquer outra coisa que me fizesse mudar de direção, um rosto amigo, uma desavença, um conhecido que não via há séculos, nada.

Não ouvi música alguma quando entrei, apenas o vozerio das pessoas ébrias ao fim de um cansativo expediente, depois, ao ouvir com mais atenção, ao fundo das gargalhadas, gritos e reclamações se ouvia bem baixinho, de uma das extremidades do bar, um antigo jukebox tocava Somebody That I Used To Know – Gotye.

Tomei coragem e comecei a dar tímidos passos em direção a mesa dela, cada passo em sua direção, me fazia pensar em uma desculpa diferente para dar as costas, correr dali e nunca mais olhar pra trás.

Quando cheguei do lado dela, ainda estava absorta em seja lá o que estava vendo no celular. Fiquei ali, parado, sem saber o que dizer, resolvi não falar nada, fiquei em silêncio. Depois de alguns segundos, que mais pareceram décadas, ela notou minha presença.

— Oi, senta — ela disse, enquanto fazia um gesto displicente em direção a cadeira.

— Oi — respondi, com um discreto sorriso puxando a cadeira para me sentar.

— E aí, como você tá? — respondeu, entre tragadas de um pequeno vape roxo. — Faz tempo, né?

O aroma de uva artificial misturado com algo que não consegui identificar saiu suavemente de sua boca junto com a fumaça e inundou meu olfato, dando uma estranha sensação de frescor.

— Corta o papo furado, por favor, não to no humor.

— E no humor de ter educação? — retrucou, levantando levemente as sobrancelhas em minha direção.

— Foi mal, não quis ser rude.

Ela não respondeu, ficou em silêncio por alguns segundos, apenas analisando meu rosto, deu mais uma tragada no vape e depois estendeu a mão em minha direção, oferecendo.

— Não quero, valeu.

— Você sumiu, por quê? — questionou, sem me encarar, deslizando o dedo sobre a borda do copo. — Faz tanto tempo… Ouvi coisas esquisitas sobre você, rumores de que está diferente.

— Não sei o que pode ter ouvido, mas eu sou o mesmo — respirei fundo e continuei.

— Só tenho mais perspectivas, o tempo altera tudo.

Estiquei a mão pra pegar o vape da mão dela e sinalizei com a outra pro garçom.

— Por que voltar depois de tanto tempo? Por que você me chamou aqui?

— Porque eu senti sua falta, achei que era o momento certo — respondi, devolvendo o vape.

— Mentira. Você tá aqui porque acha que está só. Se sente sozinho, abandonado, não é? E acha que eu sou o que vai fazer você melhorar — sibilou, com o rosto tranquilo, mas uma raiva quase imperceptível em sua voz. — Você está enganado, eu não vou te fazer melhorar. Não somos mais próximos assim, garoto, até onde sei, nem te conheço.

Ouvi aquilo como quem toma um soco na cara.

— Não sei o que você quer ouvir, a verdade é que me sinto confuso — comentei, com o olhar perdido pelo bar. — sinto que me perdi pelos caminhos, mesmo achando que era um só. Vejo outras pessoas em meu espelho, vejo nuvens nos dias ensolarados. Enfim, já chove há dias.

— Guarde sua autopiedade para quem se importa com ela — respondeu, impaciente. — O que você parece não perceber, é que, eu não sirvo pra ser deixada de lado, ou esquecida por alguns anos, e quando você sentir minha falta correr de volta pra mim.

Ela respirou fundo antes de continuar.

— Você está diferente. Antes, eu via em você o olhar de alguém que mudaria o mundo, não importa o que acontecesse, brilhavam mais do que essas porcarias que você usa no pescoço agora — me olhando nos olhos, como se visse algo no fundo da minha alma, completou. — Agora, eu vejo alguém que foi mudado pelo mundo.

— Antes de que? — Indaguei, confuso.

— Você sabe muito bem antes de que — sibilou — sinto muito, não posso te ajudar. Você mudou, eu nem te conheço mais, e certamente não gosto do que você se tornou. Se quer minha ajuda, vai ter que descobrir como ajudar antes.

— Mentira — esbravejei. — Se isso é verdade, por que então você está aqui?

— Não é óbvio? Eu sempre adorei o amor, as belas histórias, as reviravoltas, o sentimento de que a vida está completa simplesmente pela presença do outro…

Baixou os olhos.

— Mas você sabe, eu sempre amei as tragédias — admitiu, em seu rosto havia um sorriso, como o de quem se compadece com o luto de alguém, mas seu olhar parecia se divertir com a situação.

Sem esperar minha resposta, virou seu copo e se levantou.

— Até breve.

Eu estava de costas, e apesar do bar estar mais barulhento do que quando entrei ali, consegui ouvir claramente os passos delas em direção a saída. Assim que ela abriu a porta, pelo canto de olho vi um facho de luz adentrar o soturno bar.

Me levantei e sai correndo em direção a porta, fazia semanas que o sol não nos visitava, a chuva que antes era escassa parecia não cessar há muito tempo.

Cheguei na porta, girei a maçaneta.

Antes de abrir, um trovão tonitruante no céu. Abri a porta, uma gota caiu em meu rosto, eu ainda estava dentro do bar. Outras vieram.

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